sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Evangelho do dia - Lucas 21,29-33

Naquele tempo, 29Jesus contou-lhes uma parábola: “Olhai a figueira e todas as árvores. 30Quando vedes que elas estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto. 31Vós também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto. 32Em verdade, eu vos digo: tudo isso vai acontecer antes que passe esta geração. 33O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Estejamos atentos às visitas de Deus

A oração e o sacrifício de alguém, por nós, salvam-nos. As nossas lágrimas sinceras tocam o coração de Deus. Jesus viu a viúva de Naim, que acabara de perder o seu filho único, e encheu-se de compaixão:"Ao vê-la, o Senhor sentiu compaixão para com ela e lhe disse: Não chores! Aproximou-se, tocou o caixão, e os que o carregavam pararam. Então, Jesus disse: Jovem, eu te ordeno, levanta-te! O que estava morto sentou-se e começou a falar" ( Lc 7,13-15).O Senhor não se cansa de visitar o Seu povo constantemente, e nós precisamos ficar atentos às Suas visitas. No ponto em que a nossa vida chegou, pode ter certeza de que, hoje, seremos visitados concretamente pelo Senhor, como a viúva de Naim também o fora.O Senhor é um Deus atento às nossas necessidades, inclusive com relação àquelas que para nós, aparentemente, são insignificantes. A única coisa de que precisamos é reconhecer a bondade e a misericórdia do Senhor na nossa vida e nos deixar vivificar por Ele. Deixemo-nos, hoje, envolver-nos pela força da Ressurreição de Cristo, para que a nossa vida inaugure, a partir de hoje, um tempo novo.Senhor, eu sei que Tu queres, hoje, dar-me uma nova vida, e eu estou aberto (a) para acolhê-la. Cumpre em mim a Tua plena vontade, porque o que tens para mim é o melhor.
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Jesus, eu confio em Vós!

Luzia Santiago - Canção Nova

Evangelho do dia - Lucas 21,20-28

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 20“Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, ficai sabendo que a sua destruição está próxima. 21Então, os que estiverem na Judéia, devem fugir para as montanhas; os que estiverem no meio da cidade, devem afastar-se; os que estiverem no campo, não entrem na cidade. 22Pois esses dias são de vingança, para que se cumpra tudo o que dizem as Escrituras. 23Infelizes das mulheres grávidas e daquelas que estiverem amamentando naqueles dias, pois haverá uma grande calamidade na terra e ira contra este povo. 24Serão mortos pela espada e levados presos para todas as nações, e Jerusalém será pisada pelos infiéis, até que o tempo dos pagãos se complete. 25Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. 26Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas. 27Então eles verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória. 28Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

O Espírito Santo prepara a segunda vida do Senhor

O Senhor nos fala da Sua vinda gloriosa, não para ficarmos com medo, mas para estarmos preparados. Ele virá uma segunda vez. Se a primeira vinda foi tão importante, já que Ele mandou João Batista prepará-la, a segunda é definitiva, quando as portas serão fechadas. Alguns zombam dizendo que é tempo perdido servir ao Senhor. Mas, na verdade, buscá-Lo é uma necessidade para todos nós. Não desprezamos quem ainda não teve essa experiência. O Senhor não quer eliminar nem condenar ninguém, pois é misericórdia, por isso mandou Jonas pregar em Nínive com palavras duras, para que eles fossem tocados realmente, justamente porque Ele não queria castigar. E tanto como o Senhor não quer perder ninguém, nós também não queremos perder nenhum dos nossos. Ele quer que nós que estejamos trilhando o Seu caminho, que nos empenhemos em retirar os outros do caminho errado para trazê-los de volta; não os agredindo com palavras e gestos, mas sendo violentos na oração e na evangelização. O Evangelho de São Lucas, capítulo 11, versículos de 5 a 13, nos traz a realidade do amigo inoportuno, que vai buscar pão emprestado, e o outro o atende por causa da sua insistência. Com isso, Jesus nos ensina que devemos ser insistentes com nossas orações.No versículo 13, Jesus vai dizer: "Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem".Já faz mais de 30 anos que o Senhor está derramando Seu Espírito sobre nós, assim como em Pentecostes. E Ele faz isso agora, porque assim como Pentecostes foi o início, agora estamos no fim dos tempos. Ele derrama neste tempo o seu Espírito para que não sejamos consumidos por este fogo inextinguível.A receita para nós e para esses que estão longe é o Espírito Santo. Veja bem, não será pela nossa insistência em falar, mas pelo Espírito Santo; é Ele quem vai preparar a segunda vida do Senhor. Agora tudo se define. Não é para ficarmos com medo, mas para buscarmos o Espírito Santo, não perdê-Lo; empenhar-nos para que assim como tivemos a graça de recebê-Lo, também aqueles que estão no caminho errado O recebam e estejam preparados para a vinda do Senhor.
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Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O poder da palavra imperativa

O amor é o melhor jeito de responder às questões do mundo

Imperar é atributo que sugere poder.
O imperador comanda o império, rege com autoridade.
Imperativo é tudo o que ordena, o que governa.
Na linguagem temos os verbos imperativos. São aqueles que dão ordens.
Sempre que os leio escuto gritos, vozes querendo me convencer do conteúdo que sugerem.
O verbo é a casa da ação. Dele se desdobram movimentos.
Verbos mobilizam os sujeitos. É a regra da gramática, mas é também a regra da vida.
Penso nas palavras que me ordenam. Quero compreender a razão de gritarem tanto sobre os meus ouvidos e de me moverem para a vida que vivo.
A interpretação que faço do mundo passa pelos verbos que imperam sobre mim. Por isso, a qualidade da vida depende dos verbos que imperam sobre ela.
Gosto de conjugar o verbo “amar” no imperativo – “Ame!” Não há necessidade de complementos. Ame este ou aquele. Ame agora ou depois. Não há justificativas. É só amar.
É só seguir a ordem que o verbo sugere. “Ame!” Repito.
Não escuto gritos, mas uma voz mansa com poder de conselho. Voz que reconheço ser a de Jesus a me conduzir por um caminho seguro que me fará viver melhor. “Ame!” Ele repete! “Ame!” Ele aconselha.
Tenho aprendido que o amor é o melhor jeito de responder às questões do mundo. Experimento isso na carne.
Eu fico melhor cada vez que amo. Digo isso como homem religioso que sou.
A religião é a casa do amor, assim como o verbo é a casa da ação. Se não o é, não é religião. É esconderijo onde acomodamos nossa hipocrisia. É lugar onde justificamos nossas intolerâncias. É guerra fria que fazemos em nome de Deus.
Eu ainda acredito que o amor é a religião que o mundo precisa. Jesus ensinou isso. Morreu por crer assim. Elevou à potência máxima o imperativo do amor e não fugiu das conseqüências.
Tenho medo quando nos especializamos em qualificar as pessoas como boas ou ruins, em nome da religião.
Tenho medo de deixar que outros verbos imperem sobre minha vida.
Verbos que excluem, abandonam, jogam fora e que condenam a partir de aparências...
É nesta hora que eu me recordo do imperativo de meu Mestre - “Ame!” E só assim eu descanso.
Eu sei que você também costuma se perder em tantas realidades desta vida.
Eu sei que o seguimento de Jesus costuma nos colocar em encruzilhadas, porque não há seguimento sem escolhas.
É natural que nasçam dúvidas e a gente se pergunte – E agora? Como ser de Deus no meio de tantas realidades contrárias? Como manter o olhar fixo no que cremos sem que a gente precise cometer o absurdo de desprezar os que crêem diferente de nós?
Nem sempre conseguimos acertar, fazer da melhor forma.
Quer um conselho? Ame!
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Padre Fábio de Melo

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Busquemos as coisas essenciais

A busca das coisas essenciais precisa permear a nossa vida sempre, porque o essencial é divino. Estamos neste mundo, mas somos peregrinos. Somos cidadãos do céu. Peçamos a Jesus hoje que nos conceda o Espírito Santo, que é o único essencial para nós.Muitas coisas são importantes, mas nem tudo é essencial. Peçamos a Deus a graça e a sabedoria de abraçar as coisas que não passam e que preenchem a nossa vida com um sabor eterno, impelindo-nos para a vida nova para qual fomos criados."O Senhor é o meu Pastor, e nada me faltará" (Sl 22,1).Apeguemo-nos do fundo do nosso coração a Jesus, o Bom Pastor, que cuida de nós e nos dá a salvação.
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Jesus, eu confio em Vós!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A verdadeira Amizade


''Nem todo amor é amizade, pois que podemos amar sem ser amados; neste caso só há amor, mas não há amizade; porque a amizade é um amor mútuo, e se o amor não é mútuo, não pode ser amizade. E ainda não é bastante que o amor seja mútuo, é necessário também que as pessoas que se amam conheçam esta afeição recíproca, de modo que, se a ignorarem, têm amor, mas não têm amizade. Requer-se que haja alguma comunicação entre as pessoas que se amam, a qual é ao mesmo tempo o fundamento e o sustentáculo da amizade.A amizade fundada sobre os prazeres sensuais ou sobre certas perfeições vãs e frívolas é tão grosseira que nem merece o nome de amizade.Ah! Quanto é bom amar já na terra o que se amará no céu e aprender a amar aqui estas coisas como as amaremos eternamente na vida futura. Não falo, pois, aqui simplesmente do amor cristão que devemos a nosso próximo, todo e qualquer que seja, mas aludo à amizade espiritual, pela qual duas, três ou mais pessoas se comunicam mutuamente as suas devoções, bons desejos e resoluções por amor de Deus, tornando-se um só coração e uma só alma. A perfeição, portanto, não consiste em não ter nenhuma amizade, mas em não ter nenhuma que não seja boa e santa. São Jerônimo, Santo Agostinho, São Gregório, São Gregório e todos os grandes servos de Deus tiveram amizades particulares, sem dano algum para a sua santidade'' (São Francisco de Sales).Eis o segredo para obter uma grande amizade:''Quem teme ao Senhor, terá também uma excelente amizade, pois seu amigo lhe será semelhante ( Eclo 6,17).Peçamos ao Senhor, que purifique as nossas amizades e que as vivamos segundo o Seu coração.

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Jesus, eu confio em Vós!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Não há coisa melhor do que ser livre

A raiz da verdadeira liberdade é a experiência de ser profundamente amado(a) por Deus. Fomos criados livres, e precisamos viver como autênticos filhos de Deus. Hoje é um dia oportuno para fazermos uma profunda experiência do amor de Deus, e provarmos a sua bondade e a sua misericórdia infinita, que se renova por cada um de nós, a cada manhã que desperta.Oremos hoje com o Salmista:"Fazei-me cedo sentir vosso amor, porque em vós coloquei a esperança" (Sl 142).
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Jesus, eu confio em vós!

O Cristão e o Respeito Humano

Chama-se de “respeito humano” o pecado de ter vergonha de assumir a posição de cristão, sobretudo de católico, nos meios em que se vive. Assim, muitos escondem sua identidade católica, não rezam em público, não participam, por exemplo, das Procissões nas ruas, e outras atividades, com receio de manifestarem os sinais exteriores da fé católica. Temem a zombaria e coisas semelhantes.
Esta situação tem se agravado ainda mais porque o mundo ocidental começa a zombar da religião, sobretudo do catolicismo. Em Oxford, na Inglaterra, a prefeitura da cidade proibiu de chamar as festividades de final de ano de “Festividade de Natal”, chamando de “Festival das luzes de Inverno”. Cristo foi expulso da vida pública de Oxford…
Por outro lado, o Cardeal Stanislau Rylko, Presidente do Pontifício Conselho de Leigos, do Vaticano, fez um apelo para que os cristãos não sejam dominados por um “complexo de inferioridade”. O Cardeal denunciou no dia 14.nov.2008 (
www.zenit.org), a existência de um “novo anti-cristianismo” também no Ocidente. Disse o Cardeal:
“Para os cristãos, chegou o momento de libertar-se do falso complexo de inferioridade para com o chamado mundo leigo, para poderem ser valentes testemunhas de Cristo.” Ele analisou a situação atual das sociedades ocidentais, caracterizadas pela “ditadura do relativismo”, e denunciou a aparição de um “novo anti-cristianismo” que “faz passar por politicamente correto atacar os cristãos, e em particular os católicos”.
Hoje, advertiu o Cardeal, “quem quer viver e atuar segundo o Evangelho de Cristo deve pagar um preço, inclusive nas sumamente liberais sociedades ocidentais”. “Está ganhando espaço a pretensão de criar um homem novo completamente desarraigado da tradição judaico-cristã, uma nova ordem mundial”.
O problema, explicou o cardeal Rylko, não é “o de sermos uma minoria, mas o de ter-nos transformado em marginais, irrelevantes, por falta de valor, para que nos deixem em paz, por mediocridade”. Este momento, explicou, é a “hora dos leigos”, de sua “responsabilidade nos diversos âmbitos da vida pública, desde a política à promoção da vida e da família, do trabalho à economia, da educação à formação dos jovens”.
Lamentavelmente hoje existe uma pressão anti-católica, sobretudo sobre os jovens, na universidade e nos meios de comunicação, tentando impor-lhes uma cultura maldosa de que a Igreja Católica é obscurantista, atrasada, inimiga da ciência, opressora e poderosa. Assim, a juventude, que não conhece a verdade, vai sendo levada a ter ódio da Igreja e vergonha de ser católica. Por outro lado se esconde tudo de bom e de belo que a Igreja fez para salvar o mundo ocidental. Este laicismo anti-católico, tende agora a aceitar tudo o que venha de outras religiões, menos do catolicismo.
De fato é “a hora dos leigos” convictos de sua fé, defenderem Cristo, a Igreja Católica e a “ã doutrina da fé” (Tt1, 9), como muitos têm feito, sem medo, sem vergonha, sem respeito humano. Lembremo-nos de que Jesus disse que quem se envergonhar Dele perante este mundo, Ele também se envergonhará dele diante do seu Pai.
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Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Vocação

Deus pede aos sacerdotes a oblação de sua existência, da sua capacidade de amar

Deus pede aos sacerdotes a oblação de sua existência, da sua capacidade de amar. Sabe que pessoas Deus escolhe para a ordenação sacerdotal? Deus escolhe para serem ordenados homens que tenham duas vocações. A Igreja escolhe, porque vocação quem dá é Deus. Só Ele pode dar. Eles precisam ser chamados a ser padres e precisam com as suas vidas assegurar que são chamados a serem consagrados a Deus na oblação inteira do seu amor, o celibato.
Talvez o mundo se escandalize. Você pode pensar assim: 'Homens saudáveis poderiam ter família. Não poderiam também servir a Deus como casados?' Poderiam, mas não foi o chamado que Deus fez. Os sacerdotes não são incompletos por não se casarem. São inteiros e íntegros e felizes. Um padre ou diácono não são pessoas que abafam o seu coração e a sua capacidade de amar. Mas são homens que dilatam o seu coração na medida do coração de Jesus. Isso é ser celibatário.
Não são homens que reprimem sua capacidade de amar. Mas só dá para ser celibatário se forem capazes de amar mais do que todos os outros. Porque a medida que tem de existir no coração do padre é a medida do coração de Cristo. Nada menos.
Nosso Senhor lhes pede outra oblação. A oblação da sua liberdade. Eles são chamados a ser servidores, na pobreza.
O sacerdote também tem de viver a pobreza, a castidade e a obediência. Só pelo fato de serem ordenados eles já têm de ser modelos de pobreza, castidade e obediência, já dizia São Tomas de Aquino. Eles fazem essa entrega e uma forma linda para a qual o Senhor os chamou.
Nosso Senhor os faz servidores da Palavra, anunciadores do Evangelho. Nosso Senhor os faz servidores do Altar da Eucaristia e da caridade.
Vale a pena ser diácono, vale a pena ser padre, porque vale a pena seguir Jesus! Diácono, discípulos. E discípulos em nome d'Ele.
A vocação é essa expressão magnífica do amor de Deus por nós.
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Trecho de homilia de Dom Alberto Taveira na ordenação diaconal do seminaristas da CN em 13 de janeiro de 2008
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Dom Alberto Taveira Corrêa

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Como escutar a voz de Deus?

O importante é adquirir a prática de ouvir a Deus. Ouvir não com o ouvido, mas com o coração. Ouvir a Deus é colher no coração o que Ele inspira. A resposta do Senhor é semeada no nosso coração, no mais íntimo do nosso ser, no mais profundo de nós mesmos, no cerne de nós mesmos, lá onde Deus habita, lá onde Deus mora.Se eu quiser saber a resposta de Deus, devo procurar lá dentro, dentro de mim mesmo. Tenho de aprender a entrar no meu interior, a buscar dentro de mim. Não fora, não no barulho, não na movimentação, nem na minha cabeça.Muitas vezes, queremos resolver todas as coisas com a cabeça, saber tudo com a cabeça. Precisamos ir, realmente, buscar, entrar em nós mesmos, em oração.

Todos sabemos como é bom orar, principalmente, em línguas, cantar em línguas, e depois ficar naquele silêncio. O que experimentamos não é um silêncio vazio, pelo contrario, é um silêncio pleno, um silêncio gostoso. Um silêncio pelo qual entramos dentro de nós mesmos. É lá que Deus vai semear as respostas de tudo aquilo que perguntamos.Tudo é questão de aprender a ouvir a Deus. Ouvir não com os ouvidos, mas com a sabedoria de que Deus infunde no recesso do coração que reza.Tempos atrás, um jovem estudava na Escola de Especialista da Aeronáutica, em Guaratinguetá (SP) e participava de um de nossos grupos. O trabalho dele era com rádio de aviação. Ele disse que todos os estudantes passavam por treinamentos muito duros, em que eram obrigados a entender mensagens em inglês, no meio de muito barulho, de muita interferência, e aqueles aparelhos zunindo com ruído. Eles tinham que afinar o ouvido para entender com precisão a mensagem. Eram treinados nisso, para ficar com o ouvido muito, muito apurado, apesar dos ruídos, apesar das interferências, para poderem captar a mensagem. Na vida prática, quando estiverem nos aeroportos ou nos aviões, precisam ter a audição muito apurada, muito precisa, porque terão vidas sobre suas responsabilidades. Se não entenderem a mensagem, ou se a entenderem mal, porão em risco muitas vidas.Na vida espiritual é a mesma coisa. Precisamos aprender a ouvir de Deus. Se não tivermos a facilidade de ouvir a Deus, se não tivermos habilidade de ouvi-Lo, arriscaremos em primeiro lugar a nossa vida, e depois a vida de muita gente.A sabedoria de Deus está a nosso alcance. Precisamos captá-la, e a verdade é que a sabedoria divina é posta em nós, lá no centro de nós mesmos, mas rodeada de muito barulho, de muito ruído. Não que Deus não queira, mas porque já há muito ruído dentro de nós: mil vozes, mil coisas, mil preocupações a nosso redor.
É difícil nós podermos fazer silêncio, podermos parar e entrar dentro de si mesmo. O mundo nos solicita o tempo todo. É barulho de rádio, de televisão, de carro, de rua, de máquina, e a gente nesse torvelinho. E por causa disso, o barulho está na nossa cabeça. Parece que a gente se acostuma com aquele barulho, com aqueles sons, e a nossa cabeça vai no mesmo ritmo dos barulhos ao nosso redor. Temos de treinar a entrar em nós mesmos, e é por isso que Deus vem em nosso auxilio e nos dá Seus dons.Pensemos na preciosidade do dom de línguas, de orar e cantar em línguas. Ele nos ajuda maravilhosamente a romper com todo o barulho interior que já ficou em nós, para entrarmos no silêncio de nós mesmos e encontrarmos Deus e Sua mensagem. Além disso, quando o Senhor infunde Sua resposta em nós, a nossa inteligência faz um tremendo barulho. A nossa cabeça quer resolver todas as coisas e, muitas vezes, vai na frente.

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova
(Trecho retirado do livro: 'A sabedoria está no ar')