Para fazer a vontade de Deus é preciso, antes de tudo, ser humilde, "pobre de espírito" como pediu Jesus.
A Igreja, sempre iluminada e assistida pelo Espírito Santo, em
sua experiência bimilenar, nos ensina que os piores pecados são aqueles
chamados por ela de "capitais". "Capital" vem do latim
"caput", que quer dizer "cabeça". São pecados
"cabeças", isto é, que geram muitos outros. Por isso eles sempre
mereceram, por parte da Igreja, uma atenção especial. São sete: soberba,
ganância, luxúria, gula, ira, inveja e preguiça.
Houve um santo que disse que, se a cada ano, vencêssemos um
desses sete pecados, ao fim de sete anos, seríamos santos. Portanto, vale a
pena refletir sobre eles, a fim de rejeitá-los, com o auxílio da graça de Deus
e de nossa vontade. O primeiro, e sem dúvida o pior de todos, é a soberba.
É o pior porque foi exatamente o que levou os anjos maus a se rebelarem contra
Deus, e levou Adão e Eva à desobediência mortal.
A soberba consiste na pessoa sentir-se como se fosse a geradora dos seus próprios bens materiais e espirituais. O soberbo se esquece de que é uma simples criatura, que saiu do nada pelo amor e chamado de Deus, e que, portanto, d'Ele depende em tudo. Como disse santa Catarina de Sena, esse pecado "rouba a glória de Deus", pois quer para si as homenagens e os aplausos que pertencem somente ao Senhor, já que Ele é o autor de toda graça.
A soberba consiste na pessoa sentir-se como se fosse a geradora dos seus próprios bens materiais e espirituais. O soberbo se esquece de que é uma simples criatura, que saiu do nada pelo amor e chamado de Deus, e que, portanto, d'Ele depende em tudo. Como disse santa Catarina de Sena, esse pecado "rouba a glória de Deus", pois quer para si as homenagens e os aplausos que pertencem somente ao Senhor, já que Ele é o autor de toda graça.
A soberba é o oposto da humildade, palavra que vem de
"humus", daquilo que se acha na terra, pó. O humilde é aquele que
reconhece o seu "nada". Pela humildade e pela humilhação Jesus se
tornou o "novo Adão" que salvou o mundo (cf. Rm 5,12s). A Santíssima
Virgem Maria, a Mãe do Senhor, tornou-se a "nova Eva", como ensina a
Igreja, porque na sua humildade destruiu os laços da soberba da primeira
virgem. Ela disse: "Ele olhou para a humildade de sua serva" (Lc
1,39).
São João Batista também foi modelo dessa virtude [humildade] e
nos ensinou a sua essência ao falar de Nosso Senhor Jesus Cristo: "Importa
que Ele cresça e que eu diminua!" (Jo 3,30). Isso diz tudo.
Quando Cristo iniciou a vida pública, João o apresentou para o povo: "Eis
o Cordeiro de Deus" e desapareceu, até ser martirizado no cárcere de
Herodes. Que lição de humildade! Também Nossa Senhora, sendo, "a Mãe do
Senhor" (cf. Lc 2,43), fez-se "a escrava do Senhor" (cf. Lc
1,38).
Muitos cristãos são cheios de boas virtudes, mas, infelizmente,
tornam-se "inchados", pensando infantilmente que essas boas virtudes
são méritos próprios e não graças de Deus, para serviço dos outros.
Ser humilde é ser santo, é viver o oposto de tudo isso: é saber
descer do pedestal, é não se autoadorar, é preferir fazer a vontade dos outros
à própria, é ser silencioso, discreto, escondido, é fugir das pompas e dos
aplausos.
Prof. Felipe Aquino
Fonte: www.cancaonova.com